Este espaço é destinado à reflexões sobre Tarô, Oráculos e Espiritualidade.

"Uma viagem pelas cartas do Tarô, é uma viagem às nossas próprias profundezas." Sallie Nichols em Jung e o Tarô


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Arcano 2 - A Sacerdotisa (ou Papisa)



O Arcano da Sabedoria, da Gnose, do Princípio Receptivo

        
Compilação de  Constantino K. Riemma

Uma mulher sentada, com um livro aberto sobre a saia e uma coroa tripla na cabeça.

Olha para a esquerda e veste uma túnica vermelha sobre a qual se desdobra um manto azul (em algumas versões as cores são opostas). Duas partes da sua tiara estão ornadas de florões, mas a parte superior é uma simples abóbada. Um véu, que lhe cai sobre os ombros, cobre totalmente os seus cabelos; na mesma altura desse véu, por trás, aparece uma cortina cujos pontos de fixação não são visíveis. Tampouco se podem ver os pés da mulher, assim como a base do trono.

Fato curioso, que é reencontrado somente no arcano XXI, é que a figura ultrapassa a margem superior do quadro: o extremo da tiara supera a linha negra, um pouco à direita do número II.

Significados simbólicos


A Sabedoria, a Gnose, a Casa de Deus e do homem, o santuário, a lei, a Cabala, a igreja oculta, a reflexão.
Fala também do binário, do princípio feminino, receptivo, materno. Mistério. Intuição. Piedade. Paciência, influência saturnina passiva.

Interpretações usuais na cartomancia


Reserva, discrição, silêncio, meditação, fé, confiança atenta. Paciência, sentimento religioso, resignação. Favorável às coisas ocultas.

Mental: Grande riqueza de ideias. Responde a problemas concretos melhor do que a questões vagas.

Emocional: É amistosa, recebe bem. Mas não é afetuosa.

Físico: Situação garantida, poder sobre os acontecimentos, revelação de coisas ocultas, segurança de triunfo sobre o mal. Boa saúde, mas com um ritmo físico lento.

Sentido negativo: Dissimulação, hipocrisia, intenções secretas. Mesquinharia, inação, preguiça. Beatice. Rancor, disposição hostil ou indiferença. Misticismo absorvente, fanático. Peso, passividade, carga. As intuições que traz invertem seu sentido e se tornam falsas. Atraso, lentidão nas realizações.

História e iconografia


A tradução exata do nome que o Tarô de Marselha dá a este arcano (La Papesse) é A Papisa. Outras versões, como A Sacerdotisa ou A Alta Sacerdotisa, vêm do nome que lhe é dado em inglês (The High Priestess).

A figura da Papisa faz alusão a um fato histórico, ou melhor, lendário, que ocupa um lugar notável na literatura da Idade Média: a pretensa existência de um Papa do sexo feminino. A tradição popular diz que uma mulher ocupou a cadeira de São Pedro durante alguns anos sob o nome de João VIII.

Várias versões aparecem, mas o mais antigo testemunho que chegou até nós é bastante posterior à data de seu suposto reinado.

De qualquer modo, para o estudo tradicional e iconográfico do Tarô, não importa estabelecer alguma fidelidade histórica.

Embelezada com o correr do tempo, uma de suas versões combina admiravelmente com o simbolismo maternal que se atribui à estampa: segundo tal versão, a papisa teria ficado grávida de um dos seus familiares e, como não se recolheu à época do parto, o acontecimento teria se dado em plena rua, durante uma procissão entre a igreja de São Clemente e o palácio de Latrão.

Com a dramática descoberta do embuste, o enfurecido séquito papal teria assassinado Joana e seu filho. 

Antigas tradições romanas asseguram que, no lugar do homicídio, permaneceu durante séculos um túmulo ornado por seis letras P, que podiam ser lidas de três maneiras diferentes (jogando com a inicial comum a Papa, Pedro, pai e parto).

Ainda com relação a essa lenda, deve-se assinalar um fato notável: na célebre Bíblia ilustrada alemã do ano de 1533, a grande prostituta do Apocalipse está representada com uma tiara na cabeça, A tradição afirma que foi desenhada deste modo por desejo expresso e sugestão de Martinho Lutero.

Enquanto o Mágico não poderia permanecer em repouso (numa unidade andrógina onde tudo é impulso e estímulo), a Sacerdotisa é o próprio repouso: sentada, majestosa, receptiva, seu reino é binário, uma etapa na distinção da polaridade do universo. Se o binário equivale a conflito, no sentido de rompimento da unidade, de abandono do caos essencial onde não existem as magnitudes nem os nomes, é também a primeira etapa dolorosa e imprescindível das vias iniciáticas, o começo da busca da identidade.

A Sacerdotisa representa a submissão majestosa às exigências dessa iniciação, o equilíbrio que a repartição elementar de forcas produz no conflito.

O que o Arcano I era para a encarnação das energias espirituais o Arcano II o é quanto à aceitação dessa metamorfose: o reconhecimento prévio da luta entre os princípios branco-negro, dia-noite, Yang-Yin.

Alguns autores veem na Sacerdotisa a representação de Isis, com todas as suas conotações noturnas e ocultas. Também a associam a Cassiopéia, a rainha negra da Etiópia e mãe da constelação Andrômeda, e a Belkis, a belíssima rainha de Sabá, para quem Salomão teria composto o Cântico dos Cânticos. Essa relação da Sacerdotisa com deusas e rainhas negras (ou escuras) não parece casual e acentua a contrapartida com a carta a seguir: o simbolismo branco, luminoso e diurno do Arcano III (A Imperatriz), com quem a Sacerdotisa forma a dupla oposta e complementar da feminilidade.

Este símbolo subterrâneo, que se refere ao aspecto esotérico da revelação, teria passado para o cristianismo sob a forma das virgens negras, cujo ritual se realiza com frequência numa cripta ou num lugar inacessível.

Mãe, esposa celeste, senhora do saber esotérico, a Papisa ou Sacerdotisa ocupa na estrutura do Tarô o lugar da porta, da passagem entre o exterior e o interior, do ponto imóvel e comum entre a Casa e a rua.

Fonte: http://www.clubedotaro.com.br/site/m32_02_papisa.asp

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Arcano 1 - O Mago



O Arcano da Mística, da Concentração, do Impulso Criado

Compilação de Constantino K. Riemma

O título francês desta carta, Le Bateleur, pode ser traduzido também como Prestidigitador, Malabarista, Pelotiqueiro, Bufão, Acrobata ou Cômico. O termo Prestidigitador talvez fosse o mais adequado ao simbolismo dinâmico do personagem, mas é comum que seu nome seja traduzido do inglês Magician, Mágico ou Mago.

Um prestidigitador, de pé, frente à mesa onde coloca os seus instrumentos, segura uma esfera ou um disco amarelo entre o polegar e o indicador da mão direita, enquanto com a mão esquerda aponta obliquamente para o chão uma vareta curta.

O personagem é representado de frente, com o rosto voltado para a esquerda. [Nas referências aos protagonistas de cada carta, será considerada sempre a esquerda e a direita do leitor]. Usa um chapéu cuja forma lembra o símbolo algébrico de infinito (  ) e seus cabelos, em cachos louros, escapam desse curioso chapéu. Veste uma túnica multicolorida, presa por um cinto amarelo.

Sobre a mesa, da qual se veem apenas três pernas, há diversos objetos: copos, pequenos discos amontoados, dados, uma bolsa e uma faca com a lâmina descoberta ao lado de sua bainha.

O prestidigitador está só, no meio de uma campina árida com três tufos de erva;  no  horizonte,  entre as pernas da figura, uma árvore se desenha contra o céu incolor.

Significados simbólicos


Arcano da relação entre o esforço pessoal e a realidade espiritual. Domínio, poder, autorrealização, capacidade, impulso criador, atenção, concentração sem esforço, espontaneidade.

O ser, o espírito, o homem ou Deus; o espírito que se pode compreender; a unidade geradora dos números, a substância primordial. Ponto de partida. Causa primeira. Influência mercuriana.

Interpretações usuais na cartomancia


Destreza, habilidade, finura, diplomacia, eloquência, capacidade para convencer, espírito alerta, inteligência rápida, homem inquieto nas suas atividades e negócios.

Mental: Facilidade para combinar as coisas, apropriação inteligente dos elementos e dos temas que se apresentam ao espírito.

Emocional: Psicologia materialista; tende para a busca das sensações, do vigor, da qualidade criativa. Generosidade unida a cortesia. Fecundidade em todos os sentidos.

Físico: Muita vitalidade e poder sobre as enfermidades de ordem mental ou nervosa, neuroses e obsessões. Indica uma tendência favorável para questões de saúde, mas não assegura a cura. Para conhecer o diagnóstico é necessário considerar outras cartas.

Sentido negativo: Charlatão persuasivo, sugestivo, ilusionista, intrigante, politiqueiro, impostor, mentiroso, explorador de inocentes. Agitação vã, ausência de escrúpulos. Discussões, brigas que podem se tornar violentas, dado o vigor do personagem. Mau uso do poder, orientação defeituosa na ação, operações inoportunas. Tendência à dispersão nas ações, falta de unidade nos processos e atividades. Duvida. Indecisão. Incerteza frente aos acontecimentos.

História e iconografia


Desde a antiguidade clássica são bem conhecidos esses personagens que ganhavam a vida com suas habilidades.  Seu ofício se combinava frequentemente com a apresentação de danças e a prática do charlatanismo – passavam o seu tempo a vagabundear pelas feiras.

Não há muitas marcas literárias de sua passagem pela cultura europeia, mas, em compensação, foi um personagem de prestígio nas artes gráficas desde os primeiros tempos. As gravações medievais costumam mostrá-lo no desempenho de suas mágicas frente a um grupo de espectadores absortos.

O Tarô suprime as testemunhas e acrescenta detalhes originais (a mesa de três pernas, a posição das pernas e dos braços do protagonista, entre outros), mas o seu parentesco com os registros sobre as feiras é evidente.

Pode-se acrescentar que, no mundo islâmico, o Prestidigitador foi também um personagem de vasta popularidade.

Num sentido mais geral, o Prestidigitador pode ser considerado símbolo da atividade originária e do poder criador existente no homem. Como ponto de partida do Tarô, é também o primeiro passo iniciático, a vontade básica no caminho para a sabedoria, a matéria primordial dos alquimistas, o barro paradisíaco do qual será obtido o Adão Kadmon.

“Se o mundo visível não passa de ilusão – pergunta-se Oswald Wirth – o seu criador não será o ilusionista por excelência?”

Neste plano, o Prestidigitador identifica-se com a materialidade do ser criado, até que o demiurgo e a criatura tornam-se o mesmo: certamente há aqui um sentido psicológico, para o qual a identidade é produto da experiência pessoal (o homem é o resultado das suas próprias ações). Desta maneira, pode-se interpretar a supressão da quarta perna da mesa como representativa do ternário humano no mundo (espírito-psique-corpo).

Uma das especulações em torno do personagem do Arcano I pode ser estabelecida a partir da sua atividade intensa, de seu dinamismo sem repouso (produto de seu caráter de intermediário entre o sensível e o virtual), atributo que o relaciona de modo estreito ao simbolismo de Mercúrio.

Nesse sentido, a vareta que traz na mão esquerda seria a simplificação do caduceu, assim como seu estranho chapéu corresponde quase exatamente ao capacete alado da divindade. Seu nome grego significaria “intérprete, mediador”, o que confirmaria essa hipótese.

Muito já se estudou sobre o papel fundamental desempenhado por Hermes Trimegisto na história do ocultismo; os alquimistas desenvolveram boa parte de suas sutis investigações em torno do simbolismo de Mercúrio; não é absurdo, portanto, supor que o Tarô tenha sido colocado sob sua invocação.

O arcano do Mago é também relacionado ao Aleph (    ), do alfabeto hebraico, e pode ser associado à ideia de princípio e também ao primeiro som articulável ( a ) que, segundo a tradição “expressa a força, a causa, a atividade, o poder” e seria o paradigma do homem em sua relação com as demais criaturas.

Finte: http://www.clubedotaro.com.br/site/m32_01_magico.asp

terça-feira, 16 de abril de 2013

(0 ou 22) O Louco


O Arcano da Busca e do Amor

               
Compilação de Constantino K. Riemma

Ao contrário do que ocorre nos demais arcanos, a margem superior da lâmina não tem numeração, razão pela qual se costuma atribuir-lhe o valor de arcano 0 ou 22, segundo a necessidade.

Um homem anda com um bastão na mão direita. Está de costas, mas seu rosto, bem visível, aparece de três quartos. Sobre o ombro direito leva uma vara em cuja extremidade há uma pequena trouxa.

O personagem está vestido no estilo dos antigos bobos da corte: as calças rasgadas deixam ver parte da coxa direita. Um animal que poderia ser um felino parece arranhar esta parte exposta ou ter provocado o rasgão.

De um chão árido, acidentado, brotam cinco plantas.

O viajante tem a cabeça coberta por um gorro que desce até a nuca e lhe cobre as orelhas; esta estranha touca transforma seu rosto barbudo numa espécie de máscara. Veste uma jaqueta, presa por um cinto amarelo; seus pés estão cobertos por calçados vermelhos.

Significados simbólicos


A busca e o Filho Pródigo. A experiência de ultrapassar os limites. Espontaneidade, despreocupação, admiração, saudade. Impulsividade. Inconsciência. Alienação.

Interpretações usuais na cartomancia

Passividade, completo abandono, repouso, deixar de resistir. Irresponsabilidade. Inocência. Escolha intuitiva acertada. Domínio dos instintos; capacidade mediúnica. Abstenção. O não-fazer.

Mental: Indeterminação devida às múltiplas preocupações que se apresentam e das quais se tem apenas uma vaga consciência. Idéias em processo de transformação. Conselhos incertos.

Emocional: Revezes sentimentais, incerteza com os compromissos, sentimentos vulgares e sem duração. Infidelidade.

Físico: Inconsciência, desordem, falta à palavra dada, insegurança, desprazer. Abandono voluntário dos bens materiais. Assunto ou negócio enfraquecido. Do ponto de vista da saúde: transtornos nervosos, inflamações, abscessos.

Sentido negativo: Enquanto andarilho, o Louco significa queda ou marcha que se detém. Abandono forçado dos bens materiais; decadência sem muita possibilidade de recuperação. Complicações, atoleiro, incoerência.

Nulidade. Incapacidade para raciocinar e autodirigir-se, entrega aos impulsos cegos. Automatismo. Confusões inconscientes. Extra-vagância. Castigo causado pela insensatez das ações. Remorsos vãos.

História e iconografia


Reis e senhores, desde épocas remotas, tinham bufões em seus palácios, verdadeiras caricaturas da corte. Histórias sobre eles, bem como as representações gráficas desse personagem, podem ser contadas às dezenas.

Mas a imagem deste Arcano – um louco solitário que atravessa os campos e é agredido por um animal – não havia sido representada até então: é própria do Tarô e, nesse sentido, representa uma de suas contribuições mais originais do ponto de vista iconográfico.

Van Rijneberk arrisca a hipótese de que o espírito burlesco e irreverente da Idade Média teria parodiado, neste personagem, a classe dos Clerici vagante que, segundo ele, eram “estudantes migratórios e inquietos, sempre em busca de novos mestres de quem pudessem aprender ciências e ideias, e de novas tabernas onde pudessem beber fiado um pouco de vinho bom”.

Mais de um autor vê nesses viajantes insaciáveis e pouco escrupulosos os primeiros agentes – talvez ignorantes da sua missão, mas de grande eficácia real – da Reforma religiosa.

No desenho feito por Wirth aparece pela primeira vez impresso o termo Le fou (O Louco) para designar o arcano sem número, embora tradicionalmente fosse conhecido por este nome desde muito antes. Tanto o baralho Marselha original, bem como seus numerosos contemporâneos franceses (e os exemplares dos copistas espanhóis) chamam Le Mat a esta carta.

Paul Marteau levantou a hipótese de que este nome seria uma alusão ao jogo de xadrez, já que o protagonista está em cheque (pelos outros, pelo mundo), numa situação de encurralamento semelhante à do cheque mate. A palavra mat, no francês, significa "fosco, abafado, indistinto" e ainda o "cheque mate", no xadrez. Já o termo mât, quer dizer "mastro".

Outro estudioso do Tarô, Gwen Le Scouézec, sugere duas variantes etimológicas: o nome viria literalmente do árabe (mat: morto), ou seria uma apócope do italiano matto (louco, doido), nome com que aparece no tarocchino de Bolonha.

Fonte: http://www.clubedotaro.com.br/site/m32_22_louco.asp

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Objetivo do Tarô


Adivinhação e Autoconhecimento: duas visões excludentes  


Atualmente, o Tarô é usado a partir de duas visões radicalmente diferentes e excludentes, que são a adivinhatória ou futurológica e a de autoconhecimento. Enquanto o Tarô adivinhatório pretende conhecer o futuro, o Tarô de autoconhecimento procura a transformação do ser humano. O Tarô adivinhatório pretende conhecer fatos, o Tarô de autoconhecimento pretende compreender os fatos conhecidos. Existem diferentes modalidades de Tarô de autoconhecimento. Cabe destacar a linha Junguiana, a de Jodorowsy e a minha que , a partir de 1987, chamo Tarô Terapêutico. O Tarô Terapêutico tem como objetivo sintonizar o indíviduo com a sua essência e identificar e ajudar a resolver bloqueios, medos e padrões de comportamento que dificultam sua realização plena. Para o Tarô Terapêutico, o centro não está nos fatos e circunstâncoias, mas no indivíduo que os vive.

Fonte: PRAMAD, Veet. Curso de Tarô e seu uso Terapêutico. Editora Madras.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Como Perguntar ao Tarô...


De certa forma, todos os jogos sempre fornecem uma resposta de orientação e/ou previsão, mas há momentos em que a pessoa não quer saber o que acontecerá, mas, sim, como deve se comportar! Outras vezes, ela quer saber do plano geral de sua vida. [...]

Para se conseguir uma boa resposta é importante que a pergunta seja objetiva e clara, como, por exemplo: "João gosta de mim?" Da mesma forma, no caso de questões materiais, o tempo deve ser especificado, por exemplo: "Vou casar este ano com João?" JAMAIS se deve perguntar: "Quero saber se devo ficar ou pedir demissão." A pergunta nunca deve conter uma ideia dúbia ou dupla; o correto é indagar sobre uma opção ou outra, pois a resposta dirá sim ou não. Também não são apropriadas as perguntas de ordem subjetiva: "Vou ser feliz neste namoro?", "Quando casarei?", "Terei sorte nesta profissão?". [...] Por serem temporais, tanto o conselho, quanto a resposta das perguntas objetivas valem somente para o período estipulado. [...] Agora, observe as qualidades dos verbos nas frase a seguir, uma se refere à orientação e outra à previsão:

a) Devo (ter condição de, como proceder, ser favorável, poder) comprar o carro este mês? Sugere um pedido de conselho apenas para o período solicitado, e a resposta nunca estará prevendo um resultado final.

b) Conseguirei (realizar, obter, possuir, ter) comprar o carro este ano? Indica um questionamento sobre o resultado final apenas no período solicitado, e pode ou não ser seguida de aconselhamento relativo ao próprio arcano, mas sua resposta é fixa e  conduz à previsão. 

Extraído de: NAIFF, Nei. Curso Completo de Tarô. Editora: Nova Era. 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Curiosidades...



Você sabia que...


O tarot não foi sempre confeccionado em pequenos pedaços de cartão. Antigamente ele era impresso em tábuas de madeira e era reservado para os feirantes, pois na época medieval era comum os ciganos e bruxos preverem o futuro em feiras e romarias. Após algum tempo, quando a novidade chegou aos ouvidos da realeza, muitas famílias reais ainda não cristãs mandaram fabricar um baralho de tarot personalizado. Era um costume comum e como em tábua era algo pouco estético ou "rico", começou a ser produzido em pequenos pedaços de cartão ornamentados com ouro e pintados nas mais caras aquarelas.


Segundo o tarólogo e escritor Giancarlo Kind Schimid, no século XIV o tarot era usado de forma lúdica pelos nobres e se transformou em uma febre nos séculos XV, XVI e XVII, espalhando-se pela Itália, Espanha e França, seus principais fabricantes na época. O custo de fabricação de um baralho de tarot era muito alto pois tudo era feito manualmente, sendo até mesmo folheado a ouro, sem os recursos da imprensa moderna. Devido a isso, cada baralho ficava restrito à elite, e inclusive era usado como forma de pagamento de tributos, como presente real ou para diversão e entretenimento da nobreza.


Liliane Mattoso, terapeuta holística e pesquisadora, nos conta que o baralho de tarot mais popular foi o de Marselha, usado a partir da Idade Média como forma de distração da corte francesa. Pesquisas mostram que o baralho de cartas comuns usado atualmente como jogo de azar e distração é proveniente deste tarot, embora especule-se que a origem do mesmo venha do jogo de xadrez. Obviamente existe nesse uso uma forma de "mascarar" seu real conteúdo, pois na Idade Média a leitura de oráculos divinatórios era tida como algo demoníaco, indo contra as leis da Igreja Católica. E foi através desse oráculo e de alguns artifícios que os "pagãos" mantiveram as tradições escondidas dos "não-iniciados".


O uso do tarot para adivinhação vem sendo debatido há muito tempo. No início o tarot não era visto como um jogo de adivinhação , pois não constam registros de seu conteúdo como oráculo nos séculos XIV, XV E XVI. Essa função só surgiu tempos depois, principalmente através das mulheres, que usavam muito o conteúdo divinatório. Antes disso, era muito usado como jogo lúdico ( semelhante ao Bridget) pelos nobres, popularizando-se entre o público depois em todos os seus formatos. 


Bem no começo de sua história, as cartas de tarot chegaram às mãos dos ciganos, quando eles chegaram à Espanha vindos do norte da África. Popularmente, eles usavam o tarot para ganhar dinheiro, lendo a sorte em tendas e carroções nas feiras e festivais, motivo esse que levou muitas pessoas a acreditarem que os ciganos haviam inventado o tarot, o que atualmente as pesquisas mostraram que não é verdade.

Fonte: http://www.planetaesoterico.com.br/tarot/curiosidades-do-jogo-de-tarot/curiosidades-do-jogo-de-tarot.html

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O que é Tarô?



O Tarô é um baralho composto por 78 cartas (ou lâminas).
Essas lâminas são dividias da seguinte forma:
22 arcanos maiores (costumamos chamar cada lâmina do Tarô de arcano) e 56 arcanos menores.
Os arcanos maiores ilustram situações arquetípicas (comum a todo o ser humano).
Existem situações que toda a pessoa vive, e de tanto se repetir desde o início dos tempos estão fixadas no inconsciente coletivo.
Podemos citar como exemplo o arcano 0 ou sem número do Tarô – O Louco.
Esse arcano trás o vazio absoluto e a potencialidade total, aquele que não é nada e pode ser tudo. Ele vem antes mesmo do primeiro passo.
Todos nós nos deparamos com o Louco pelo menos uma vez na vida, senão várias.
O Louco é o filho no ventre da mãe, a ideia no inconsciente, a semente a germinar.
E assim seguimos com o arcano 1 – O Mago – Cada primeiro passo em uma nova jornada, o arcano 2 – A sacerdotisa – Nosso inconsciente...e assim por diante até o arcano 22.
Já os arcanos menores ilustram situações práticas do nosso dia a dia. E são divididos em quatro elementos, que representam os quatro pilares da nossa existência:
·         Elemento Fogo, representado pelo naipe de paus, representa nosso espírito, a inspiração, a chama da vida.
·         Elemento Ar, representado pelo naipe de espadas, é o nosso mental, a racionalização, os conflitos.
·         Elemento Água, naipe de copas, são os nossos sentimentos, a afetividade, o amor.
·         Elemento Terra, naipe de ouros, é o material, o concreto, nosso sustento.
Cada naipe traz as cartas numeradas de 1 a 10, que mostram as etapas vividas em cada uma das áreas acima e quatro cartas da corte (Pagem, Cavaleiro, Rainha e Rei) que mostram personalidades, características humanas dentro de cada elemento.
O Tarô funciona trazendo essas imagens comuns a todo o ser humano e assim, com suas figuras, despertando o que já sabemos, mas na confusão do dia a dia não conseguimos perceber.

Fonte: http://listarologa.blogspot.com.br/2012/04/estrutura-do-taro.html

terça-feira, 2 de abril de 2013

A Viagem dos Arcanos



A viagem dos Arcanos Maiores é, na realidade, a viagem do Louco, a primeira das 22 cartas, que emerge da caverna maternal e se lança no desconhecido. Todas as cartas dos Arcanos Maiores são ritos de passagem, estágios e processos dinâmicos pelos quais o Louco caminha em sua jornada de crescimento e aprendizagem.

As 22 cartas dos Arcanos maiores compõem uma série de imagens que descreve diferentes estágios de uma viagem.

É a viagem da vida, que todos os homens fazem, desde o nascimento, percorrendo a infância sob a proteção dos pais; depois passando pela adolescência, com os amores, conflitos e rebeldias; mais tarde, pela maturidade, com seus desafios éticos, morais, suas perdas e crises, desespero e transformação, para em seguida despertar com esperança renovada, até chegar à vitória e à realização do objetivo, que, por sua vez, conduz o homem para uma outra viagem.

As mudanças internas durante esse percurso precipitam acontecimentos externos que por sua vez estimulam as mudanças internas.

Ao final da jornada, ele começa outra, pois a cada objetivo atingido, surge uma nova meta, uma outra proposta a ser seguida, pois sempre há um novo ideal, um novo sonho pelo qual batalhar, um novo ciclo que prepara para algo ainda maior.


Fonte: http://www.florijane.com/Antigo%20Site/arcanosmaiores.htm

História do Tarô



Origens do Tarô


    É para a Europa, especificamente o norte da Itália, que devemos nos voltar para encontrar as primeiras manifestações do jogo do 78 cartas que hoje conhecemos pelo nome de Tarot. E, a julgar pelos mais antigos exemplares conservados, as mudanças sofridas ao longo do tempo foram muito menores do que se poderia esperar: os quatro naipes conhecidos hoje são os mesmos dos jogos italianos desde sempre: Copas, Espadas, Paus e Ouros. Além das dez cartas numéricas, as figuras são em número de quatro, para cada naipe: um rei, uma rainha (ou dama), um cavaleiro e um valete. Restam ainda 22 cartas especiais que, de certo modo, formariam um quinto naipe e que os documentos italianos denominam de trionfi (trunfos) e, os franceses, atouts, com o mesmo sentido de trunfo, ou seja, de cartas que se sobrepõem às demais.
Restaram inúmeras cartas de tarô pintadas à mão, do século XV. São os mais antigos legados históricos, que estão sob guarda de museus ou em posse de colecionadores.

Registros concretos


    Não se sabe ao certo a origem das cartas do baralho tradicional. Nem se pode afirmar, com certeza, se o conjunto dos 22 trunfos ou Arcanos Maiores – com seus desenhos emblemáticos – e as muito bem conhecidas 56 cartas dos chamados Arcanos Menores – com seus quatro naipes – foram criados separadamente e mais tarde combinados num único baralho, ou se, desde seu nascimento, tiveram a forma de um baralho de setenta e oito cartas.
    Existe, no entanto, um ponto de concordância entre a maior parte dos estudiosos: raros imaginam que se trataria de alguma manifestação ingênua de “cultura popular” ou de “folclore”. Ao contrário, a abstração das 40 cartas numeradas, bem como as evocações simbólicas dos trunfos, permitem associações surpreendentes com inúmeras outras linguagens simbólicas. Sugerem uma produção muito bem elaborada, um trabalho de Escola.
    A maior parte dos estudiosos consideram os 22 trunfos – os atualmente denominados "arcanos maiores" – uma criação do norte da Itália, como atestam as cartas do Tarot Visconti Sforza. Já as dúvidas aparecem quando se trata do conjunto das cartas numeradas – atualmente conhecidas por "arcanos menores" ou "baralho comum" –, que poderiam ter sido levadas pelos árabes à Europa durante a Idade Média. Existem menções às "cartas sarracenas" em registros do séc. 14.
Baralho pintado por
Jacquemin Gringonneur
     Anteriores às lâminas apresentadas acima, encontramos apenas referências a um “jogo de cartas”. É bastante citado, nos estudos de Tarô, o nome de Johannes, monge alemão que escreveu em Brefeld, na Suíça, que “um jogo chamado jogo de cartas (ludus cartarum) chegou até nós neste ano de 1377”, mas declara expressamente não saber “em que época, onde e por quem esse jogo havia sido inventado”. Sobre as cartas utilizadas, diz que os homens “pintam as cartas de maneiras diferentes, e jogam com elas de um modo ou de outro. Quanto à forma comum, e ao modo como chegaram até nós, quatro reis são pintados em quatro cartas, cada um deles sentado num trono real e segurando um símbolo em sua mão”.
    Há outra menção, ainda no século XIV, embora não tenha restado exemplar algum das referidas cartas: nos livros de contabilidade de Charles Poupart, tesoureiro de Carlos IV, da França, existe uma passagem que declara que três baralhos em dourado e variegadamente ornamentados foram pintados por Jacquemin Gringonneur, em 1392, para divertimento do rei da França.

Variantes

    Numa composição diferente, com 50 cartas divididas em 5 séries de 10 cartas cada, existem vários exemplares do jogo chamado Carte di Baldini (c. 1465), também conhecido como os Tarocchi de Mantegna, nome de um dos mais importantes pintores do norte da Itália no séc. XV.
    Alem de estruturas diferentes, exemplificada com o Tarô de Mantegna, existem inúmeros exemplos posteriores de acréscimo de cartas – como é o caso do I Tarocchi Classici – e de cortes e supressões que acabaram por originar jogos que se tornaram populares: Tarô Lenormand, também conhecido como Baralho Cigano.


Fonte: Clube do Tarô. Autor: Constantino K. Riemma